Minhas palavras devoram
O seu silêncio devora minhas palavras de difícil digestão.
DEVORA!
Minhas palavras
De difícil digestão
DEVORAM
O seu silêncio
E devoramos o cálice
A gota
O ácido
Que encharca
Minhas palavras e o seu silêncio
DEPOIS
Daquelas palavras
Engolidas pela esfinge
O silêncio
O mistério
A interrogação
O ácido
Corrói a corda
À beira do abismo
Eu e a esfinge
Olho no olho
Olho por olho
Olho dentro do olho
A lágrima
Que cai e vibra
No fundo do que não vejo
Como um diamante
No fundo do cálice
Incendiando a terra do meu sonho
Por dentro
De onde a esfinge
Espreita
Minhas palavras
E o seu silêncio
À beira do abismo
Minhas palavras devoram o seu silêncio de difícil digestão
E a esfinge permanece muda.
Goiânia, 29-03-2006.
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